domingo, 27 de dezembro de 2009

Podem escrever compêndios sobre a vitória da melancolia e da sisudez sobre a alegria irrefletida; podem até mesmo carregar uma faca serrilhada na cintura, portando a pretensão de rasgar o véu das ditas 'ilusões'; podem fazer o que desejarem. Nada, porém, é mais sublime que o ser amado olhar para você e dizer, com os olhos cheios de ternura, "Você está bonito hoje".

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Mais avulsos

Há momentos em que o tempo parece se comprimir, dobrar-se a uma vontade alheia e anônima. Hoje passei por algo assim, quando vi a aurora começar a sorrir por trás de uma árvore velha. Pássaros conversando e insetos indo embora, após a noite de vigília rodeando a lâmpada pública, também em frente à minha janela.

O desvelamento paulatino da luz é um efeito mais mágico do que físico; é rotação de um grau da roda, que, decerto, completará seu ciclo, quando, enfim, o recomeço - ou será o desfim? - tocar sua trompa e as coisas se refizerem, cada uma à própria imagem e talvez semelhança.

É incrível como eu escrevo asneiras quando estou com sono...

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

3h47. Em vez de ir dormir, estou criando personagens pra uma historiazinha steampunk. Desse jeito minha saúde vai pra merda, viu...

Mas e daí? E estou ouvindo Cueio Limão pra ficar acordado.


Uma canção de amor que tem versos como "Quem é o mestre?/O mestre é o Leroy" e "Só uma coisa me consola/O Paul Simon na vitrola" merece ser ouvida!

sábado, 7 de novembro de 2009

Morte Abreviada

Encontrei este texto numa folha de papel dobrada dentro de um volume antigo das Vidas Paralelas, o que compara Alexandre e Julio César. Não consegui encontrar uma relação direta entre o conteúdo do texto e o livro em que ele estava guardado, ou esquecido. A ideia de alguém que não morreu e que comenta isso, mesmo de um modo fragmentado, soa como um curioso absurdo. Acredito que seja apenas ficção.

Eu deveria estar morto. Por algum motivo que não sei explicar, estou aqui, ouvindo blues num aparelho que só tem um fone funcionando, andando por esta avenida mal iluminada.

O bando de gente que volta para casa depois de um show ruim e lota o metrô com conversas inúteis já não me interessa mais, como muita coisa nesta vida. Já não bebo nem converso; limito-me a balançar a cabeça ao falarem comigo, num gesto que mistura neutralidade, deboche e falso interesse pelo que me é dito. O tempo, que parece ser sábio, nos ensina esses maneirismos.

Toda explicação que dei não tem razão de ser. Eu fiz o caminho de boca fechada e sem movimentos de cabeça. Ainda assim, me irritava com a falação desnecessária e aquele fone que só funcionava de um lado.

Mas e daí? Eu deveria estar morto.

O caso nem é esse~~


O texto subitamente para nesse ponto, como se quem o escreveu tivesse se levantado para fazer algo urgente, já que a última palavra acaba num traço displicente, possível apenas se, ao escrever, a caneta fosse abandonada, jogada na mesa em que o papel estava pousado.

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Autoentendimento. Isso não é nada fácil de alcançar. Muitos dos erros imputados a outros têm sua causa no imputador. Por isso, prefiro os que parecem sorumbáticos, mas que se conhecem, aos alegrinhos que culpam outros pela própria mediocridade.

Depois de muito tempo, tremi de raiva e quase dei um soco na cara de alguém.

Coisas com cara I


sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Mais um.

Ainda hoje eu lembro daquela moça pequena entrando na minha vida: no começo, pela órbita; depois, tangenciando. Agora, ela está no centro do meu mundo. A primeira vez que vi aqueles olhos irrequietos está para sempre gravada, bem como nosso primeiro beijo, primeiro filme, primeira noite, primeiro tudo. A memória pode muito, mas o futuro espera lá na linha do horizonte, pacientemente. Caminharemos a seu encontro de mãos dadas, você e eu, ambos guiando e sendo guiados.

Que passem dias, anos, gerações. Que narrem e cantem nossa história quando já estivermos quase esquecidos pelo mundo e pelos nossos e digam, com toda convicção, que aquele amor brotou da pedra molhada pela chuva e foi arado por mãos macias e brancas como a nuvem.

Será a história de uma garota e de um rapaz que se encontraram, com amor nas pontas dos dedos e das unhas, sorvendo o passado e mirando o porvir.






Que haja muitas e muitas chances de te dar parabéns e comemorar muitas outras coisas contigo. Sei que este ano está sendo muito importante para você e quero que ainda tenha boas surpresas (e frutos de seu merecimento) antes de ele chegar ao fim.

Meu amor, feliz aniversário.

terça-feira, 1 de setembro de 2009

De muitos, o primeiro

Esta é outra porta que atravesso, e para a qual agora olho, divisando seus batentes foscos.

28 anos. Pouco aprendizado, algumas certezas e muita curiosidade. Depois de tanta zanga, alegria e outras coisas, percebo outra vez um pouco mais do mundo, agora segurando uma pequena mão branca como o leite.

Esse foi o ano em que ganhei o melhor dos presentes. Não importa idade, não importa nada. Só o que sinto e que ruge carinhosamente aqui dentro. Dito isso, tudo mais se cala.

sábado, 29 de agosto de 2009

Pra uma prima que vai casar

Epigraminha matrimonial

Que é um casal, se não
soma de unidades?

A vida, fugidia, passa ao largo
- agarrai-a a quatro mãos!

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Eu juro que queria estar formado. Mas queria mesmo. Mas não estou, porque há uma burocracia imbecil que me impede de cursar as disciplinas finais. Vai entender, né?

Enquanto isso, a paciência vai se esgotando...

sábado, 18 de julho de 2009

INFP

Idealist Portrait of the Healer (INFP)

Healers present a calm and serene face to the world, and can seem shy, even distant around others. But inside they're anything but serene, having a capacity for personal caring rarely found in the other types. Healers care deeply about the inner life of a few special persons, or about a favorite cause in the world at large. And their great passion is to heal the conflicts that trouble individuals, or that divide groups, and thus to bring wholeness, or health, to themselves, their loved ones, and their community.


Healers have a profound sense of idealism that comes from a strong personal sense of right and wrong. They conceive of the world as an ethical, honorable place, full of wondrous possibilities and potential goods. In fact, to understand Healers, we must understand that their deep commitment to the positive and the good is almost boundless and selfless, inspiring them to make extraordinary sacrifices for someone or something they believe in. Set off from the rest of humanity by their privacy and scarcity (around one percent of the population), Healers can feel even more isolated in the purity of their idealism.


At work, Healers are adaptable, welcome new ideas and new information, are patient with complicated situations, but impatient with routine details. Healers are keenly aware of people and their feelings, and relate well with most others. Because of their deep-seated reserve, however, they can work quite happily alone. When making decisions, Healers follow their heart not their head, which means they can make errors of fact, but seldom of feeling. They have a natural interest in scholarly activities and demonstrate, like the other Idealists, a remarkable facility with language. They have a gift for interpreting stories, as well as for creating them, and thus often write in lyric, poetic fashion. Frequently they hear a call to go forth into the world and help others, a call they seem ready to answer, even if they must sacrifice their own comfort.


sábado, 11 de julho de 2009

Novo Reino

Lembrei das asas que estavam a brotar há alguns meses. Elas são enormes, mas, curioso: nada pesam!

Elas não servem apenas para voar: aprendi usos novos e secretos. Posso impedir que os olhos do mundo se deitem sobre nós, basta cobrir-nos com as asas, envolver-nos e assim criar momentos só nossos, mesmo no meio do tumulto.

Demorou, mas agora vejo como são vistosas e brilhantes estas penas todas. Posso pegar a mão da moça alada e acompanhá-la até o horizonte (linha sem fim).

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Poema meu e dela

Os olhos tolos não evitam o contato:
São pegos num ínfimo relance.
Mas o que vem do outro lado não é multa
Ou pena a ser paga, mas um brilho fugidio
Que se abre na duração do instante
E que se grava na eternidade da memória.
Cumplicidade, contato que se firma.

(A paga de um gostar é outro gostar.)

Notas de imersão

Na eternidade de um minuto
Absolvo-me do fato
De não ter errado
O tanto necessário.
De não ter aprendido pela experiência
O que manuais circunspectos não dizem
E o comportamento ensimesmado
Categoriza como alheio a si mesmo.

Buracos negros, serpentes, hipogrifos,
Chaves secretas, portas com bocas insensatas.
A tudo isso eu sigo debruçado.
Já o mundo cru e pertinente
Segue, e eu à margem dele em parte
Também sigo, reaprendendo
E me mudando, nunca indiferente ao fato
De que errar é nao só verbo do inacerto
Mas também do andar em terra estranha
A caminho do proveito.

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Já tem um tempo que ando abraçado num sorriso, deixando o sono vagar silencioso enquanto durmo. O Sol, quando não barrado pela janela de metal, se avoluma sobre minha cama e me desperta, avisando que depois chegará a Lua e que os dias passarão.

É com o Sol vitrificado nas retinas que levanto todo dia, com pensamentos cheios de asas que pulsam, como uma espécie de coração secreto.

De uns meses para cá, voltei a lembrar dos sonhos.

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Rain of shooting stars

The time has come
And then you shone on me
The shimmering water
Came to the surface
We can feel it
Smell it and see it
A new dimension is rising
From us, from each other
So, make a wish.
Because today is raining
A rain of shooting stars.

sábado, 6 de junho de 2009

Haja saco.

Por que poetas têm de ser tão chatos? Querem explicar sua obra mesmo quando ninguém está interessado nela, entregam ou prometem entregar poemas ruins e/ou pretensiosos a quem não gostaria de cruzar com esse tipo de maluco ensimesmado e geralmente se acham "malditos" – há de se reparar na gritante diferença entre "poeta maldito" e "maldito poeta"!

Por isso não aceito que me chamem de poeta. Posso até fazer poemas, mas não sou – graças a deus – poeta. Se eu soubesse fazer banquinhos ou pintar usando aquarela, não seria marceneiro nem pintor, seria?

A tempo: Escrevi este texto ontem de madrugada. E não é que trombei com alguns desses morféticos numa das andanças pela cidade? Mas que dureza...

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Olhos de espera

Enquanto descia as escadas do metrô, uma expressão veio à mente: olhos de espera.

De quem, meus, do mundo? Não sei dizer. o que posso afirmar é meu costume de olhar objetos, portas, paredes, bancos de metrô, procurando ângulos diferentes, ou detalhes que normalmente outras pessoas não veem, na correria de formigas a que nós paulistanos estamos entregues.

Olhos de espera... Talvez eu os tenha mesmo, esperando que pequenas formas me digam algo sobre união ou conjunto. Respostas eu não espero e ao fim acho que observo as coisas apenas por observar, por costume bobo. Apesar desse juízo até certo ponto negativo, isso é algo que me diverte. Sempre há alguma fenda a ser perscrutada, um jogo de luz dançando num vitrô de alguma casa que visito, uma penumbra brincando em algum muro por aí.

Tenho minha visão particular das coisas, por vezes alienada e voltada para uma interioridade que, apesar de não me trazer problemas, condiciona meu modo de agir e de compreender (ou tentar compreender) aqueles à minha volta. Isso não me atrapalha muito ou impede-me de ter atitudes práticas. Como já disse, é apenas uma particularidade.

Enfim, uma pergunta: Olhos de espera, mas de quem ou do quê?

sexta-feira, 22 de maio de 2009

Atravessei algumas madrugadas, mas não de bicicleta. De skate no pé, tentando fazer aquela magia plástica que sempre volta à cabeça.

Sim, eu sou um idealista. E romântico. E, ainda mais, um observador. Não dos bons, mas sou. E às vezes me esforço pra manter os pés do chão e não sair carregado pelo vento, olhando pra baixo.

Uma das canções da minha adolescência, When I get old, dos Descendents. Não tem essa de velho, de novo, de nada. A vida sempre se abre e fecha em seus momentos e eu me sinto sempre diferente, mas carregando a mesma essência de quando eu mandava um frontside noseslide e saía todo feliz.

E eu adoro dormir no chão.




what will it be like when I get old
will I still hop on my bike, and ride around town
will I still want to be someone, and not just sit around
I don't want to be like other adults
cause they've already died
cool and condescending, fossilized
will I be rich will I be poor, will I still sleep on the floor
what will it be like when I get
what will I be like when I get
what will it be like when I get old
will I still kiss my girlfriend and try to grab her ass
will I still hate the cops and have no class
will all my grown up friends say they've seen it all before
they say hey act your age and I'm immature
will I do myself proud or only what's allowed
what will it be like when I get
what will I be like when I get
what will it be like when I get old
will I sit around and talk about the old days
sit around and watch t.v. I never want to go that way
never burn out not fade away
as I travel through my time will I like what I find
what will it be like when I get
what will I be like when I get
what will it be like when I get old

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Nuvem

na rua, já fui vento solto no espaço
desmemoriei minhas mãos, perdi meu tato
transformei chuva - meu choro - em verde
verde-água, verde-bem-verde, verde-escuro
voei aqui e ali, pela noite densa
e pela manhã pingada de sol e orvalho
tive forma, pouca coisa
e muita coisa, pois informe

inconstância no porvir é o que carrego
e como sou depende mais de seu olhar
que de meu me-fazer, ao léu celeste

e me fui.

sexta-feira, 1 de maio de 2009

Na minha frente: uma barra de chocolate. Da cozinha vem o cheiro de bolo e de café novo. Ouço música e lá fora cai uma garoa fina no asfalto.

E tenho boas companhias! Tem como não estar tudo bem? =)

quarta-feira, 29 de abril de 2009

Bate e volta

Tem vezes que o sorriso brota no rosto sem esforço. Basta ver ou ler algo e ele surge de repente, sem aviso.

É bom quando isso acontece, não?
Pois aconteceu hoje comigo.

segunda-feira, 27 de abril de 2009

Tenho projetos secretos que não conto pra ninguém.

Um deles é encher este pátio com sorrisos, conversas e cervejas, carregar boa parte do peso que está nas costas daqueles que amo e trazer pra cá, criando um monumento com toda essa matéria difusa e mostrando que é possível um entendimento entre as pessoas.

Não é fácil fazer isso e o projeto é um pouco tolo. A agressividade é necessária nessa vida, mas o amor também. Amor pode ser o que eu sinto por uma pessoa que ilumina meu dia, pode ser a conversa animada pela tela do computador com um amigo ou a troca de piadinhas sem-graça tomando algo e sentado numa cadeira de plástico; o que muda é o grau.

Isso que eu digo é besta e parece sem sentido? É, é sim. Mas é um projeto que não conto pra ninguém.

sábado, 18 de abril de 2009

Crônica de um pequeno desperdício

As luzes noturnas queimariam minha rotina, se pudesse vê-las agora. Andaria pela calçada suja de algum lugar com meus amigos, mas eles estão ocupados esperando alguma coisa acontecer. Do meu lado o marasmo está sentado, junto a um instrumento musical que sorri e pede por um carinho que ainda está sendo aprimorado.


Eu espero.


Isso sei fazer bem: sento e espero, observo o movimento taciturno das estrelas, os pernilongos cruzando o ar do quarto, tento achar alguma ordem aleatória nos livros de minha estante, procuro por ângulos secretos. Nada de mais ou de menos, nada de incrível, apenas as horas passando.

segunda-feira, 30 de março de 2009

Roteiro n.º 0

Tanto peso sobre ombros fatigados.
Para todo lado ferro fundido,
fumaça e concreto fortemente armado.
O tom da estação é amarelado,
meio ressequido, cor de dente.

Lá no fundo da manhã
ainda há luz positiva, sem
o calor mundano do asfalto mole
que mistura chão e ar no horizonte.
A luz está distante, mas inatingível
pelo olhar, pela vontade
de não derreter nesta cidade,
nesta rua, neste mundo.

Essa compleição cadavérica pode,
sim, ser evitada. Busquemos
talvez o caminho negativo
e poucas vezes feito?
O dos eremitas das multidões?
Desviemos das facas lançadas e
das investidas cinzas daqueles
que querem nos derrubar ao chão.
Larguemos tudo enquanto é tempo?

Não.

Isolar-se não perfaz solução.
É antes camada dupla de véu sobre o problema.
O mundo não se abre muitas vezes, e
cabe a nós acharmos a saída
que elimine a poeira cáustica do concreto.
Se nossos olhos permanecem irritados
busquemos algo que alivie tudo isso.
E busquemos sem cessar,
pois talvez seja pela procura
que se possa encontrar
aquilo que chamamos de caminho.

terça-feira, 24 de março de 2009

Nenúfar




Nenúfar é uma flor com gosto de simetria. E ela nasce na água. Delicada, se mantém numa superfície de inconstância e equilíbrio.

É uma das coisas mais belas deste mundo.















Veja as fotografias originais aqui, aqui e aqui.

Palavras escritas nas pontas dos dedos (tudo vai bem, muito obrigado)

Um rosto grudado no meu peito, por fora, por dentro. Gravado de um modo que às vezes dói.

Existem palavras, frases, que não escapam facilmente aos muros invisíveis. Palavras esperadas, de entrega e que só podem ser compostas de verdade pura, mesmo que transitória.

Saindo desse muro o caminho se prolonga e, mesmo de mãos dadas (necessárias), o horizonte se desfaz na paisagem.



Aqui dentro não há confusão alguma. Apenas espera. Uma luta e uma certeza.

sexta-feira, 20 de março de 2009

É curioso como a alegria de outras pessoas pode nos contagiar. Ainda mais quando essa alegria vem de algo conquistado depois de tempos de apreensão, tempos esses dos quais também participei, embora de modo mais ameno.

quarta-feira, 18 de março de 2009

'in a town that's cold and grey we will have a sunny day'

Hindered by a hole
inside her chest
behind her mind.
But I saw the lights of the night
flowing through the sky.

Giving time, time passing by -
the word "forever" means nothing.
With my soft fingers I shall reach
that darkened world inside you.
With my sunny eyes I shall breach
that cloudy wall, raised by a fool.

Time will lead us
forging our souls
and giving to us
a brave and bright new world.



escrito por A.N.P.N.F.C.G.

sexta-feira, 13 de março de 2009

Duas mãos juntas, um olhar e um sorriso encoberto. Esse é o resumo de uma bela manhã.

sábado, 7 de março de 2009

Just a man


Sky is clear tonight
Sky is clear tomorrow
A star is out
I reach for one to sparkle in my hand
A star is out
I will not touch you, I am just a man
Sky is clear tonight
Sky is clear tomorrow
And every night I shut my eyes
So I don't have to see the light
Shining so bright
I'll dream about a cloudy sky,
A cloudy sky
I'll dream about a cloudy sky, a cloudy
Man was born to love-
Though often he has sought
Like Icarus, to fly too high-
And far too lonely than he ought
To kiss the sun of east and west
And hold the world at his behest-
To hold the terrible power
To whom only gods are blessed-
But me, I am just a man
And every night I shut my eyes
So I don't have to see the light
Shining so bright
I'll dream about a cloudy sky, a cloudy sky
And every night I shut my eyes
But now I've got them open wide
You've fallen into my hands
And now you're burning me
You're burning me


quarta-feira, 4 de março de 2009

domingo, 1 de março de 2009

1º de março II

Eu converso ao telefone, vejo fotos, faço planos, me encanto, vejo pegadas, traço o passado, vejo mais fotos e converso.

Tomo um suco, como um pêssego, tomo um iogurte e depois um copo d'água, e digito sem parar para pensar. Não quero que haja alguma marca de lima neste texto; quero-o puro e bruto, escorrido da ponta dos meus dedos e de dentro do meu peito.

Se ligo, se me preocupo, se penso a todo momento, o motivo é um só, é uma certeza que não se desvanece com o vento. Se minhas mãos ainda hoje tremem, motivos não me faltam, e não é de medo que estou falando. O que falo e penso é positivo. O brilho oblíquo que emana de meus olhos não é faca que machuca; é antes seda que se enrola em seu pescoço e lhe afaga, impededindo a luz do Sol de te queimar.

Eu converso ao telefone, vejo mais fotos, refaço planos, me encanto, prevejo pegadas, traço o futuro, vejo mais fotos e converso. E tudo isso no turbilhão de duas horas.

1º de março

Por vezes os domingos me consomem. Após desligar a tela absorvente do computador, desligar também a música e sentir toda a força da moleza quente daquela tarde inerte, percebi, ou antes, caí: uma sensação de inutilidade.

Almoço na mesa. Hora de parar de escrever e ocupar ao menos o estômago.
Finalmente consegui colocar o arquivo mp3 do epigrama de Seikilos no ar. Deem uma conferida clicando aqui.

sábado, 28 de fevereiro de 2009

Acabei de chegar do casamento de um amigo. Não fui à festa, era longe e eu estava sem paciência.

Meus olhos doem por não ter usado os óculos, mas um sorriso bobo e grande persiste, estampado em minha face há mais de um dia.

No mais, sigamos adiante e vejamos aonde vamos chegar.


A palavra de hoje é: esperança.

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Frente a frente (?) – [eu e o outro]

A frase que acabou de aparecer na minha cabeça parece coisa de autoajuda, mas não é: "a confiança constrói-se pedrinha por pedrinha." Destrinchando: conversar, mas não no sentido dialógico – isto é, da troca sistemática de argumentos e estruturas pré-concebidas, a “casca” de conversa –, é mostrar um bom pedaço de como você é. Quanto mais você se mostra, maior é a possibilidade de quem está lhe ouvindo entender o que se passa em sua interioridade (o contrário também ocorre, mas tudo bem, temos provas mais do que suficientes de que o mundo não é feito de entendimento).

Esse momento de exposição é algo que parece fácil de ser alcançado, mas não é: afinal, por que tirar a máscara que nos dá uma proteção aparente de nossa interioridade, por que desafivelar a persona tão bem presa à face? E como fazer isso? Bem, sei pouco sobre isso, mas a confiança no outro é fundamental. E a confiança aumenta a cada confidência, a cada olhar ou gesto trocado entre pessoas que tiraram suas máscaras, ou que, pelo menos, usaram outras que não cobrem suas faces por completo.

Mas o que seria de nós sem a defesa do sorriso cínico ou a ironia ácida que nos faz rir por dentro? Decerto já não haveria muita gente por aqui, ou então viveríamos todos num raio de quilômetros um do outro.

Então, qual seria o dilema afinal de contas? Seria para quem tirar a máscara. Mas dar conta desse tipo de explicação já foge do que acho que sei. As descobertas estão aí para serem feitas, não explicadas; como já disse, isso aqui não é autoajuda, certo?

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Carta para não ser entregue

Querida,

cada vez que leio algum de seus textos antigos, percebo que as coisas não são como eu gostaria. Meu lado egoísta não permite que entenda que não sou o único na sua vida, o primeiro sobre o qual seus olhos pousaram. Minha sorte? Esse lado egoísta é pequeno, como qualquer coisa pequena e mesquinha desta vida.

Quando sinto teus braços, o cheiro do seu ombro impregnado em minha boca, tudo se torna diferente, e aquelas dúvidas geradas pela confluência do passado com o nosso presente se dissipam. Basta um sopro e não há mais nuvens cinzas, ligações ou lembranças inoportunas.

Há apenas uma estação de trem num dia de chuva límpida.

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Face a face

Puxa, eu havia esquecido de uma banda que marcou minha adolescência, Face to Face. Conheci-a no finado programa Skabadabadoo, na Brasil 2000 (que agora tem o nome sem-graça FM 107.3). Clássicos do hardcore do anos '90 como Blind e Ordinary mostram como é possível criar músicas com sentimento e 'punch'. Lembro quando eu atormentava meus amigos em meu primeiro emprego cantando Ordinary o dia inteiro. Bom, eu cantava tudo errado, mas cantava empolgado.




what if I'm right and you are wrong?
what if you knew it all along?
what if I figured out that I did not belong?
what if it always bothered me?
what if I never did believe?
would it be wrong if I decided I should leave?
if I pretended I was blind
and struck it from my mind
would it still be there?
what if I'd do anything to make it seem all right
it's all right
what if it's all inside my head?
what if those words were never said?
would it be easier if I could just forget?
what if I didn't run away?
could it be any other way?
would it be wrong if I decided I should stay?

Leitmotiv

Mais uma pena cresceu hoje em minhas costas. A cada dia a metamorfose dá um passo curto, do comprimento de uma descoberta. E isso é bom e quente, coça um pouco e torna cada dia diferente do anterior, já que cada pena tem sua própria composição.

E assim a vida segue com seus códigos.

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

The secret breeze

Those shiny crystal eyes
they magnify my life
Like a daydreamer in love
I started to see you above
Do you feel the gentle breeze
flowing through that cave?
How can you shake my ground
making inside me fuzzy waves?

Those shiny, crystal eyes of yours
give me light, give me hope
all that things that we wrote
We had few nights, but it's ok
the way we are no one can be;
'cause (although short)
a secret is a secret when is not.







____________________
Um obrigado ao amigo Daniel, por uma observação importante.

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Pra dar uma aliviada, saboreiem o crássico Homem-Coxinha e o terrível cão-azeitona!


No estilo dela

Você se acha muito esperto, não? Fica aí, com sua cara de bonzinho, sua voz macia e suas atitudes gentis enredando todo mundo, enganando talvez até a si mesmo, e esperando que os outros te aplaudam e você possa fingir que não os ouve.

Bem me recordo de que houve um tempo em que você tinha um coração mais puro, menos malícia e mais amor, lembra-se? Onde você meteu tudo aquilo, cara? Aquele jeito honesto de ser?

Ouço muita maledicência saindo dessa boca que era sagrada, muita picuinha e palavras sem porquês. E daí que você cumpre suas obrigações em casa, e daí que entrega seus trabalhos no prazo e ainda é tido como "legal" por todos? Por dentro você é um poço de podridão, acomodado nessa lama quente por tantos anos.

Mas o que agora vejo é estranho: um par de asas brotando desse caos. Você acha mesmo que pode se libertar tão facilmente desse poço que criou, não acha? Pois saiba que isso é o que mais quero, mas pense bem e use essas asas, não aquelas falsas feitas de cera ali deitadas. Aproveite o que lhe resta de belo e alcance esse nível que está se abrindo misteriosamente, acredite no poder dessa deusa aleatória e feita de fogo e nuvem que colocou essas asas nas suas costas e busque, a todo custo, o que está por vir.

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

09/02/09


Estou a poucos metros. Talvez nada possa me parar agora, exceto meu micromundo. Hoje é dia de simetria, em que os hemisférios se olham sem se tocar, sem que haja contato físico entre planetas. Mas mundos começam a se entrelaçar. É perigoso. Pode ser entropizante. Mas é energia, é vibração emanada de momentos.

"I started a fire and watched it grow
and now it burns out of control"


A banda se chama Ash. O nome é sugestivo, pela ideia de renascimento que carrega. Pela palavra-chave que perpassa minha cabeça: mudanças.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Subterfúgios para a arte do voo


Pulei barrancos, passei por frestas impensáveis, quebrei cadeados, rasguei alambrados. Antes, ainda, escalei muros, desviei de motos sem disciplina e automóveis desalmados.


Corri, corri muito. Ainda distante da arte de voar, descansei sobre a sombra de um chorão, último dos seus naquele bairro empoeirado que eu atravessava. Aquela árvore frondosa trouxe-me lembranças difusas da infância, quando eu amarrava um pano no pescoço e revoava o mundo plano de meu velho quintal, que não é mais.

Por ter desaprendido até mesmo a deixar o vento me levar, corro. Prefiro correr a jazer morbidamente dentro de um carro.

Espero chegar logo a meu destino.

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Epigrama de Seikilos

Antes de tudo, peço desculpas pela transcrição do grego. O programa que utilizei não me permite aplicar todos os acentos necessários, então o negócio acabou ficando meio cambaio.

O epigrama de Seikilos é considerado o primeiro registro de instruções musicais do mundo ocidental, algo como uma mini-partitura. A parte dos versos é um epigrama e, com o estilo sintético característico a esse gênero, trata da brevidade da vida e da necessidade de fazermos o possível para vivermos de forma alegre, tendo em vista que não duraremos muito tempo neste mundão.

Seikilos, aparentemente, é o nome do artista que criou o monumento onde o epigrama e a "partitura" estavam entalhados. Era costume grego que alguns artistas entalhassem frases em suas obras, como "Aristarco me criou"; é como se às obras tivesse sido dada voz, para que quem as visse soubesse qual a origem delas.


ΣΕΙΚΙΛΟΥ

όσον ζής φαίνου
μήδεν όλος συ λιπού
πρός ολίγον εστί τόν ζήν
τό τέλος ό χρόνος απαίτει

FEITO POR SEIKILOS

Enquanto vives, brilha!
Acima de tudo não sofras
curta é a vida
o termo o tempo cobra.


quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

MUSE

Muse é A banda pra mim. No final do ano passado, perdi os poucos giga de música que tinha aqui quando minha antiga HD deu pau. O curioso é que eu havia feito backup das músicas de meu irmão, mas quando fui fazer das minhas...babau. Depois de tanto tempo sem ouvir essa banda e também sem postar aqui, a empolgação de ouvi-la novamente me fez dividi-la com os seres randômicos que por ventura caírem aqui. Ouve aí e depois me conta, tudo bem?


New Born



Muscle Museum

Avulsos II

Estou ouvindo um som muito legal enquanto escrevo. Já paguei o aluguel e o IPTU deste apartamento; ainda falta a mesa, o sofá e as promessas de fim de ano (sem hífen, sem hífen!).

Evidentemente estou acordado agora – oh! – e continuo da mesma maneira que estava há um mês, dormindo pouco e consequentemente (sem trema, sem trema, aaaaaargh!) babando em cima do serviço. Mas isso não quer dizer que as provas saem babadas. Eu espero elas secarem, e ainda faço meu serviço de maneira benfeita.

A dica de hoje é: procrastine sempre que possível e faça bom uso de sua insônia. (Esta última frase nada tem a ver com o resto do post.)

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Ergo-me, logo sumo

Corra, esteja atrasado. Entre numa lanchonete e peça um lanche que você não conhece. Coma apenas metade, porque o pouco de gosto que o sanduíche tem é ruim.

Aproveite e olhe para o fundo da embalagem: dados nutricionais. Confira a quantidade de sódio (em valor relativo ao máximo permitido/aceitável por dia) existente naquele inocente pão com um tardiamente descoberto naco de bacon e, enfim, levante-se e jogue seu lanche fora.

Um McNífico hoje, a osteoporose amanhã.