sábado, 28 de fevereiro de 2009

Acabei de chegar do casamento de um amigo. Não fui à festa, era longe e eu estava sem paciência.

Meus olhos doem por não ter usado os óculos, mas um sorriso bobo e grande persiste, estampado em minha face há mais de um dia.

No mais, sigamos adiante e vejamos aonde vamos chegar.


A palavra de hoje é: esperança.

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Frente a frente (?) – [eu e o outro]

A frase que acabou de aparecer na minha cabeça parece coisa de autoajuda, mas não é: "a confiança constrói-se pedrinha por pedrinha." Destrinchando: conversar, mas não no sentido dialógico – isto é, da troca sistemática de argumentos e estruturas pré-concebidas, a “casca” de conversa –, é mostrar um bom pedaço de como você é. Quanto mais você se mostra, maior é a possibilidade de quem está lhe ouvindo entender o que se passa em sua interioridade (o contrário também ocorre, mas tudo bem, temos provas mais do que suficientes de que o mundo não é feito de entendimento).

Esse momento de exposição é algo que parece fácil de ser alcançado, mas não é: afinal, por que tirar a máscara que nos dá uma proteção aparente de nossa interioridade, por que desafivelar a persona tão bem presa à face? E como fazer isso? Bem, sei pouco sobre isso, mas a confiança no outro é fundamental. E a confiança aumenta a cada confidência, a cada olhar ou gesto trocado entre pessoas que tiraram suas máscaras, ou que, pelo menos, usaram outras que não cobrem suas faces por completo.

Mas o que seria de nós sem a defesa do sorriso cínico ou a ironia ácida que nos faz rir por dentro? Decerto já não haveria muita gente por aqui, ou então viveríamos todos num raio de quilômetros um do outro.

Então, qual seria o dilema afinal de contas? Seria para quem tirar a máscara. Mas dar conta desse tipo de explicação já foge do que acho que sei. As descobertas estão aí para serem feitas, não explicadas; como já disse, isso aqui não é autoajuda, certo?

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Carta para não ser entregue

Querida,

cada vez que leio algum de seus textos antigos, percebo que as coisas não são como eu gostaria. Meu lado egoísta não permite que entenda que não sou o único na sua vida, o primeiro sobre o qual seus olhos pousaram. Minha sorte? Esse lado egoísta é pequeno, como qualquer coisa pequena e mesquinha desta vida.

Quando sinto teus braços, o cheiro do seu ombro impregnado em minha boca, tudo se torna diferente, e aquelas dúvidas geradas pela confluência do passado com o nosso presente se dissipam. Basta um sopro e não há mais nuvens cinzas, ligações ou lembranças inoportunas.

Há apenas uma estação de trem num dia de chuva límpida.

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Face a face

Puxa, eu havia esquecido de uma banda que marcou minha adolescência, Face to Face. Conheci-a no finado programa Skabadabadoo, na Brasil 2000 (que agora tem o nome sem-graça FM 107.3). Clássicos do hardcore do anos '90 como Blind e Ordinary mostram como é possível criar músicas com sentimento e 'punch'. Lembro quando eu atormentava meus amigos em meu primeiro emprego cantando Ordinary o dia inteiro. Bom, eu cantava tudo errado, mas cantava empolgado.




what if I'm right and you are wrong?
what if you knew it all along?
what if I figured out that I did not belong?
what if it always bothered me?
what if I never did believe?
would it be wrong if I decided I should leave?
if I pretended I was blind
and struck it from my mind
would it still be there?
what if I'd do anything to make it seem all right
it's all right
what if it's all inside my head?
what if those words were never said?
would it be easier if I could just forget?
what if I didn't run away?
could it be any other way?
would it be wrong if I decided I should stay?

Leitmotiv

Mais uma pena cresceu hoje em minhas costas. A cada dia a metamorfose dá um passo curto, do comprimento de uma descoberta. E isso é bom e quente, coça um pouco e torna cada dia diferente do anterior, já que cada pena tem sua própria composição.

E assim a vida segue com seus códigos.

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

The secret breeze

Those shiny crystal eyes
they magnify my life
Like a daydreamer in love
I started to see you above
Do you feel the gentle breeze
flowing through that cave?
How can you shake my ground
making inside me fuzzy waves?

Those shiny, crystal eyes of yours
give me light, give me hope
all that things that we wrote
We had few nights, but it's ok
the way we are no one can be;
'cause (although short)
a secret is a secret when is not.







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Um obrigado ao amigo Daniel, por uma observação importante.

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Pra dar uma aliviada, saboreiem o crássico Homem-Coxinha e o terrível cão-azeitona!


No estilo dela

Você se acha muito esperto, não? Fica aí, com sua cara de bonzinho, sua voz macia e suas atitudes gentis enredando todo mundo, enganando talvez até a si mesmo, e esperando que os outros te aplaudam e você possa fingir que não os ouve.

Bem me recordo de que houve um tempo em que você tinha um coração mais puro, menos malícia e mais amor, lembra-se? Onde você meteu tudo aquilo, cara? Aquele jeito honesto de ser?

Ouço muita maledicência saindo dessa boca que era sagrada, muita picuinha e palavras sem porquês. E daí que você cumpre suas obrigações em casa, e daí que entrega seus trabalhos no prazo e ainda é tido como "legal" por todos? Por dentro você é um poço de podridão, acomodado nessa lama quente por tantos anos.

Mas o que agora vejo é estranho: um par de asas brotando desse caos. Você acha mesmo que pode se libertar tão facilmente desse poço que criou, não acha? Pois saiba que isso é o que mais quero, mas pense bem e use essas asas, não aquelas falsas feitas de cera ali deitadas. Aproveite o que lhe resta de belo e alcance esse nível que está se abrindo misteriosamente, acredite no poder dessa deusa aleatória e feita de fogo e nuvem que colocou essas asas nas suas costas e busque, a todo custo, o que está por vir.

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

09/02/09


Estou a poucos metros. Talvez nada possa me parar agora, exceto meu micromundo. Hoje é dia de simetria, em que os hemisférios se olham sem se tocar, sem que haja contato físico entre planetas. Mas mundos começam a se entrelaçar. É perigoso. Pode ser entropizante. Mas é energia, é vibração emanada de momentos.

"I started a fire and watched it grow
and now it burns out of control"


A banda se chama Ash. O nome é sugestivo, pela ideia de renascimento que carrega. Pela palavra-chave que perpassa minha cabeça: mudanças.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Subterfúgios para a arte do voo


Pulei barrancos, passei por frestas impensáveis, quebrei cadeados, rasguei alambrados. Antes, ainda, escalei muros, desviei de motos sem disciplina e automóveis desalmados.


Corri, corri muito. Ainda distante da arte de voar, descansei sobre a sombra de um chorão, último dos seus naquele bairro empoeirado que eu atravessava. Aquela árvore frondosa trouxe-me lembranças difusas da infância, quando eu amarrava um pano no pescoço e revoava o mundo plano de meu velho quintal, que não é mais.

Por ter desaprendido até mesmo a deixar o vento me levar, corro. Prefiro correr a jazer morbidamente dentro de um carro.

Espero chegar logo a meu destino.

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Epigrama de Seikilos

Antes de tudo, peço desculpas pela transcrição do grego. O programa que utilizei não me permite aplicar todos os acentos necessários, então o negócio acabou ficando meio cambaio.

O epigrama de Seikilos é considerado o primeiro registro de instruções musicais do mundo ocidental, algo como uma mini-partitura. A parte dos versos é um epigrama e, com o estilo sintético característico a esse gênero, trata da brevidade da vida e da necessidade de fazermos o possível para vivermos de forma alegre, tendo em vista que não duraremos muito tempo neste mundão.

Seikilos, aparentemente, é o nome do artista que criou o monumento onde o epigrama e a "partitura" estavam entalhados. Era costume grego que alguns artistas entalhassem frases em suas obras, como "Aristarco me criou"; é como se às obras tivesse sido dada voz, para que quem as visse soubesse qual a origem delas.


ΣΕΙΚΙΛΟΥ

όσον ζής φαίνου
μήδεν όλος συ λιπού
πρός ολίγον εστί τόν ζήν
τό τέλος ό χρόνος απαίτει

FEITO POR SEIKILOS

Enquanto vives, brilha!
Acima de tudo não sofras
curta é a vida
o termo o tempo cobra.


quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

MUSE

Muse é A banda pra mim. No final do ano passado, perdi os poucos giga de música que tinha aqui quando minha antiga HD deu pau. O curioso é que eu havia feito backup das músicas de meu irmão, mas quando fui fazer das minhas...babau. Depois de tanto tempo sem ouvir essa banda e também sem postar aqui, a empolgação de ouvi-la novamente me fez dividi-la com os seres randômicos que por ventura caírem aqui. Ouve aí e depois me conta, tudo bem?


New Born



Muscle Museum

Avulsos II

Estou ouvindo um som muito legal enquanto escrevo. Já paguei o aluguel e o IPTU deste apartamento; ainda falta a mesa, o sofá e as promessas de fim de ano (sem hífen, sem hífen!).

Evidentemente estou acordado agora – oh! – e continuo da mesma maneira que estava há um mês, dormindo pouco e consequentemente (sem trema, sem trema, aaaaaargh!) babando em cima do serviço. Mas isso não quer dizer que as provas saem babadas. Eu espero elas secarem, e ainda faço meu serviço de maneira benfeita.

A dica de hoje é: procrastine sempre que possível e faça bom uso de sua insônia. (Esta última frase nada tem a ver com o resto do post.)