Querida,
cada vez que leio algum de seus textos antigos, percebo que as coisas não são como eu gostaria. Meu lado egoísta não permite que entenda que não sou o único na sua vida, o primeiro sobre o qual seus olhos pousaram. Minha sorte? Esse lado egoísta é pequeno, como qualquer coisa pequena e mesquinha desta vida.
Quando sinto teus braços, o cheiro do seu ombro impregnado em minha boca, tudo se torna diferente, e aquelas dúvidas geradas pela confluência do passado com o nosso presente se dissipam. Basta um sopro e não há mais nuvens cinzas, ligações ou lembranças inoportunas.
Há apenas uma estação de trem num dia de chuva límpida.
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