Eu tinha um poema lindo para escrever.
Infelizmente não havia canetas
e o único papel que carregava
era uma edição dos poemas de Borges.
As idéias brotavam e, embora conciso,
seria um bom poema
com cara de epigrama
mas dizendo tudo.
Seria minha epopéia final
toda minha vida sem desmedidas
contada num átimo, numa espanada de lápis
Mas eu não carregava um lápis, mas
apenas idéias soltas e ligadas por fios de intenção.
Minha epopéia acabou na minha memória,
que a sepultou de vez. É melhor assim,
a obra não feita ou incompleta
é aquela que sempre traz lembranças
as melhores que poderiam existir:
lembranças do porvir.
Um comentário:
Que bela poesia! Como eu adoro a metalinguagem!
Feliz Natal e um grande abraço,
Pablo
http://cadeorevisor.wordpress.com
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